11 de fevereiro de 2010

RS Entrevista - Vendo 147


Fotos gentilmente cedidas por: Bruno Sarraf

Entrevistamos a banda Vendo 147! A banda vem mostrando um trabalho interessante  e uma peculiaridade: Dois bateristas ao invés de um. A banda conta um pouco sobre a sua história e fala um pouco sobre o rock baiano. Confira!



1 - Contem um pouco sobre a história da banda.

Glauco:

A banda começou no meu trabalho e sem nenhum integrante. Eu trabalhava em um estúdio de gravação e aproveitei as horas vagas para produzir umas músicas e gravá-las, criando assim uma banda virtual, com integrantes fictícios e dando o nome por sugestão de um amigo (Penna) que na época estava vendendo o seu Fiat 147 e havia colocado o anúncio no jornal "Vendo 147". Gravei um disco com 10 faixas, intitulado Satangoz e que ainda está rolando por aí, pra desespero da banda, pois é bem cru e não soa tão bem, apesar de eu gostar.

O fato de ser instrumental foi muito natural, pois não cantava bem e também não pensava em compor nenhuma letra, achava legal do jeito que estava e soltei na Trama Virtual. Muitas das gravações eram toscas,  sem baixo e muitas vezes mal tocadas (também não sou bom guitarrista, - risos). Porém, eu sempre convidava um guitarrista solo pra dar um colorido e parecer que era muito bom! Esse foi o início de tudo. Logo depois a banda foi convidada para fazer alguns shows, mas como ela não existia, convidei os amigos que fizeram participações nas gravações e eles toparam. Tocamos poucas vezes, apenas como um projeto paralelo, já que todos os integrantes tinham suas bandas principais.

Apenas em 2009, já com novos integrantes (Duardo Costa e Caio Parish), decidimos virar banda de verdade e assim nos dedicar ao som que gostávamos de fazer. No mesmo ano lançamos o nosso primeiro EP, o Vendo 147, e assim conseguimos tocar em muitos lugares e em alguns dosprincipais festivais que rolam pelo Brasil, como o DoSol (RN), Aumenta que é Rock (PB),  Campeonato Mineiro de Surfe (BH). Recentemente, fomos convidados para participar do Abril Pro Rock.

2 - Como surgiu a ideia de se usar dois bateristas na banda?

Dimmy:


Eu toquei ao lado de uma banda da Suíça chamada Monsters, na época que tocava com o Honkers. O Monsters possui um clone drum, daí eu pensei: "um dia vou montar uma banda com um clone drum". Foi aí que eu vi que encaixava um clone drum no projeto que Glauco tinha, que era a Vendo 147, fizemos um ensaio pra testar e todo mundo achou legal a proposta.

3 - Qual a maior influência da Vendo 147?

Glauco:

Gostamos de rock, porém todo tipo de música nos inspira. Poderia citar diversas bandas, mas acredito que cada um tenha a sua preferência e fica difícil falar por todos. É claro que para a maioria dos integrantes da banda existe uma unanimidade que é o Led Zeppelin, mas junto com eles vem uma galera. Ouvimos muitas bandas, brasileiras e estrangeiras, independentes ou do mainstream, além dos clássicos  do rock.

Duardo:

Uma das vantagens de tocar numa banda instrumental é poder usar um pouco de todas as referências musicais que se tem, sem se preocupar com o rótulo que elas tenham. Por isso, acredito que não exista uma principal influência para a banda e sim o conjunto de todas elas. Eu, por exemplo, ouço desde Tom Zé, Jorge Ben e Tim Maia até Kraftwerk, Tom Waits, Morphine, The Shadows, Sonic Youth, Mutantes... fora o "bê-a-bá" Beatles, Zeppelin, Hendrix,  Pink Floyd etc. Sem contar as velharias e bizarrices que tenho o hábito de  pesquisar por aí. Aliás, tenho ouvido  bastante os Beatos de Jah, sonzão.

4 - Com qual banda gostariam de dividir o palco?

Glauco:

Viajando: Queens Of The Stone Age, Rage Against The Machine, Metallica. Pé no chão: Black Drawing Chalks, MQN, Venus Voltz, Walverdes, Cachorro Grande.

5 - Como está a expectativa da banda para o Palco do Rock 2010?

Pedro:


Eu frequento o palco do rock desde os 13 anos de idade e sempre achei o máximo ter shows de rock de graça do lado da minha casa e bem longe do axé e pagode lá do centro. Tenho lembranças de momentos incríveis vividos (os que São Jorge e Natasha me permitiram recordar), e inúmeros shows foda! Será então a realização de um sonho tocar pela primeira vez no palco do rock!



6 - Como avaliam o cenário do rock baiano hoje?

Pedro:


Cenário? E tem é? Rsrs. Com certeza já tivemos momentos melhores na Bahia, com mais espaços para shows de pequeno e médio porte, mas nada disso impede que durante todos esses anos sempre apareçam e resistam bandas incríveis. Sempre vi projetos de qualidade internacional aqui na Bahia, bandas e instrumentistas de altíssimo nível, muito melhores do que em outros lugares no Brasil, Europa, EUA, onde tem se tem acesso a equipamento de primeira, lugares ótimos para tocar, e é possível se sustentar com música independente. Me parece que essas dificuldades impostas aos músicos baianos fazem com que trabalhem com extrema dedicação e amor. Pra essa galera não tem jeito, tem que tocar e pronto.

7 - Como encaram a ascensão rápida da Vendo 147?

Duardo:


Acho que estamos começando a colher algumas coisas que são fruto do trabalho que estamos fazendo desde o início da banda. Nada acontece por acaso e sim através de um trabalho sério que assumimos ao montar a
banda. Todo mundo tem atividades paralelas, mas conseguimos dedicar um tempo na nossa rotina para desenvolver coisas que mantém a Vendo ativa; seja para fazer contato, divulgação, pesquisar timbres, desenvolver um conceito gráfico ou compor novas músicas. Para o pouco tempo de banda, realmente já conseguimos fazer bastante coisa. E esperamos chegar mais longe ainda.

Caio:

Posso atribuir o reconhecimento que a banda vem tendo a muitas e muitas horas de trabalho, dentro e fora de estúdio, uma vez que a Vendo 147 não e formada apenas por os 5 músicos,  mas também por um grupo de pessoas que nos ajuda e muito em assuntos relacionados ao funcionamento da banda, acho que poderia citar também que os integrantes da banda já têm uma bagagem de trabalhos feitos com outras bandas como Dimmy (The Honkers), Glauco e Pedro (Vinil 69) e Duardo (Snooze), mas independente disso a banda vem como todo o gás para trabalhar, somos uma banda nova e temos todo um caminho pela frente.

8 - Como é o contato da banda com os fãs?

Caio:


Fãs??? Onde? Quando? (Risos). Costumamos dizer que temos uma família em cada lugar que passamos, essas pessoas podem ser fãs, amigos, músicos de outras bandas que dividimos palco, não importa, pois são essas pessoas que fazem a coisa toda acontecer. Nessa primeira fase da banda coisas mágicas aconteceram em lugares que passamos como Natal, João pessoa, Recife, Aracaju, São Paulo, Belo horizonte e cada vez que deixamos uma cidade bate uma vontade de ficar mais um pouco! Falando de Salvador, o pessoal tem sido bem receptivo ao som da banda, domingo agora (07/02) rolou uma energia incrível na Boomerangue, e a galera quase bota aquele lugar no chão! Vamos ver o Palco do Rock agora, esperamos que a galera vá com muita energia pra gastar!!!

Duardo:

Uma das coisas boas do circuito independente é que não existe muito esse distanciamento banda-fã. O cara que curte a banda no show vem no final falar contigo e já pega o contato, faz amizade ou vira um colaborador mesmo. E a coisa da tecnologia ajuda bastante nisso. Às vezes rola de a gente ir tocar numa cidade e as pessoas já fazerem contato bem antes pelo Orkut, Twitter, Fotolog etc. Rola uma interação bacana.

9 - O que ainda deve ser feito para que o rock baiano melhore?


Dimmy:

Na real o rock baiano vai muito bem obrigado, o que falta realmente são as bandas criarem mais coragem e encararem o seu trabalho como deve ser encarado, com profissionalismo e vontade. Temos excelentes bandas e músicos que são quase sempre destaques quando saem daqui. Temos lugares bacanas pra tocar, um publico tímido, mas existe. Acredito que a ideia mesmo é trabalhar, porque quem trabalha consegue sempre obter bons resultados.

10 - Planos para o futuro e uma mensagem final.

Dimmy:

Estamos já no planejamento de 2010, cumprindo uma agenda de shows que estavam marcados desde o final do ano passado. Estamos também em pré-produção do nosso disco de estreia, que pretendemos lançar no segundo semestre desse ano. A partir daí, vamos fazer vários shows pelo Brasil lançando esse disco.

Gostaria de convidar todos a conhecerem o nosso trabalho, através dos endereços www.myspace.com/vendo147, www.fotolog.com/vendo147 e www.youtube.com/vendo147. Pra acompanhar tudo o que acontece com a banda, basta nos seguir no Twitter (www.twitter.com/vendo147). Pedimos também que as pessoas deixem de lado, só um pouquinho, essa vida virtual e que se interessem em conhecer as bandas nos shows, participem mais, comprem material, consumam o rock feito na Bahia, que é um dos maiores celeiros do país.