26 de setembro de 2011

Rock In Rio, terceiro dia... O dia mais pesado!

Portal MTV

O primeiro final de semana do Rock in Rio 4 foi uma ascendente: na sexta-feira (23), o pop de Katy Perry e Rihanna esbanjou hits radiofônicos. No sábado (24), o pop rock de "refrões chicletes" de Capital Inicial e Red Hot Chili Peppers puxaram um coro de 100 mil pessoas. Para fechar o domingo (25), o metal de Motörhead, Slipknot e Metallica cumpriu sua missão em uma catarse coletiva.

Slipknot (Foto Oficial do Rock In Rio)
Matanza e B Negão (Foto Oficial do Rock In Rio)
Matanza e B Negão - Um mar de gente vestindo camisetas pretas de bandas invadiu a Cidade do Rock no domingo (25) para o dia mais pesado de todo o line-up do Rock in Rio 2011. O primeiro show do dia trouxe o peso da banda de 'countrycore' carioca Matanza, em um encontro com o músico B Negão, que foi apresentado pelo empolgado vocalista: "Alguns falam que ele faz rap outros falam que ele faz funk, eu acho que ele faz música boa pra caralho! Com vocês, B Negão", anunciou Jimmy London. 

Mais uma vez problemas no som marcaram o começo da apresentação. Na primeira metade do show, estava complicado entender o que o vocalista cantava. O que não foi um problema para o publico, que se entregou ao bate-cabeca do começo ao fim da apresentação. Este deve ser apenas o primeiro grande bate-cabeça do dia.O setlist ficou por conta das mais conhecidas músicas do Matanza, com destaque para 'Ela roubou meu caminhão', 'Clube dos Canalhas' e 'Estamos todos bêbados', cantadas em alto e bom som por toda a plateia. 

Outra que fez sucesso foi 'A Verdadeira Dança do Patinho', de B Negão.Com muito peso, crítica social e consistencia em sua atitude rock and roll, eles firezam, de longe, o show que mais empolgou a plateia do Palco Sunset, dentre todos os apresentados até o momento. Era só o começo do que seria o dia mais pesado do Rock In Rio!


Korzus e Punk Metal All Stars (Foto Oficial do Rock In Rio)

Korzus e Punk Metal All Stars - O show dos metaleiros brasileiros do Korzus na tarde do Domingo foi uma verdadeira bagunça. A banda discursou um ufanismo brasileiro durante os intervalos das músicas, exaltou grandes convidados do punk e do metal internacional, como East Bay Ray, do Dead Kennedys, e Mike Clark, do Suicidal Tendencies, e ainda recebeu João Gordo no Palco Sunset, que chegou pedindo mais respeito às bandas brasileiras e o fim da puxação de saco com as gringas. Nesse vai e vem de discursos contraditórios, o público ficou como um fantoche e gritou forte pra qualquer um do palco que falasse algo com convicção. 

A aglomeração de pessoas surpreendeu mais uma vez, bateu o recorde do Sunset, e foi tanta que as filas dos caixas das lanchonetes, que ficam na outra extremidade do local, acabaram totalmente absorvidas pela massa metaleira. Não só pelo recorde no Sunset, o show do Korzus foi marcado pelo primeiro grande mosh do Rock in Rio. A cena aconteceu quando o vocalista Marcello Pompeu pediu pra que se abrisse um grande corredor entre os dois lados do público, contou até três, e viu duas frentes, quase que de batalha, se trombarem durante mais de dois minutos. Na bagunça do show ainda sobrou pra B. Negão, que assistia ao show no canto do palco.

O rapper brasileiro foi convocado para entrar no palco durante a música 'Califórnia Über Alles', do Dead Kennedys, e tocou com o ex-membro da banda norte-americana, East Bay Ray, que se complicou com o cabo da guitarra e foi ignorado quando pediu pra que a música recomeçasse. As apresentações no Sunset continuaram com o duo do Angra e da cantora lírica finlandesa, Tarja Turunen.


Angra - O show do Angra, que tocou no fim da tarde do último domingo (25) no Palco Sunset do Rock in Rio foi uma apresentação digna de estar no line-up do palco principal do festival. O metal progressivo dos paulistanos foi o show mais assistido até o momento no Sunset - que tem a proposta de apresentar encontros musicais especiais, graças a legião de fãs que cantava todas as músicas e vibrava a cada acorde das guitarras de Rafael Bittencourt e André Linhares.

Angra e Tarja (Foto Oficial do Rock In Rio)
Durante o show, o vocalista Eduardo Falaschi reconheceu a importância para a banda tocar no palco: "Todas as  bandas do Brasil estão juntas aqui no Sunset para representar o Brasil", afirmou.

Seguindo a proposta do Sunset, o show contou com participação da finlandesa Tarja Turunen, ex-Nightwish, que entrou no palco ovacionada pela plateia para dar ainda mais peso à apresentacao. Carismática, ela arriscou algumas palavras em português e agradeceu a plateia pela receptividade.

Um dos auges momentos auge do setlist foi a apresentação da música 'Phantom of the Opera', momento em que a plateia vibrou de forma mais emocionada. Toda a plateia também cantou em coro singles como 'Rebirth' e 'Carry On', responsáveis por finalizavam o show.

Naquela hora o público começava a se dividir para assistir Gloria ou Sepultura.


Gloria (Foto Oficial do Rock In Rio)
Gloria - A banda Gloria abriu os trabalhos do Palco Mundo na noite do terceiro dia. Dividindo parte das atenções do público do Rock in Rio com o show da banda Sepultura, que por causa de atrasos, acontecia ao mesmo tempo no Palco Sunset, a Gloria perdeu a briga para os mineiros e foi vaiada durante todo o show pelo público que os acompanhava, apesar de fazer uma boa apresentação. Os paulistanos privilegiaram as músicas do disco novo no setlist, em que eles investem em uma faceta mais pesada em relação aos trabalhos anteriores. 

O vocalista Mi não economizou nos vocais gritados para conquistar o público, que manteve-se a maior parte do tempo apático e entediado. Após o começo do show, pareceu que eles iriam agradar a plateia e reverter as primeiras vaias recebidas. No meio da apresentação, com a execução de um cover de 'Domination Walk', do Pantera, e um excelente solo de bateria de Elloy, mais novo integrante da banda, eles começaram a mudar a forma como parte do público reagia. Mas bastava o guitarrista Elliot cantar refrões de músicas como 'Agora é Minha Vez' e 'Vai Pagar Caro Por Me Conhecer' que as vaias voltaram com toda a força.A banda Gloria fez o unico show brasileiro no Palco Mundo na terceira noite de Rock in Rio. 

Os paulistanos ignoraram as vaias, e comemoraram o fato de abrir a noite metal do festival, destaque para as comemorações efusivas e cheias de palavrões do vocalista 'Mi'. 'Vocês são foda, o público do metal é muito fiel', afirmou Mi, antes de deixar o palco.F icou aparente o esforço do grupo para agradar, apesar de não ter tirado o público do tédio.

Segundo Edu Falaschi (Vocalista do Angra) - "Uma banda precisa construir uma história, e eles vieram ao palco principal sem construir muita história. Molecada nova e tal, roubada total"


Sepultura e Tambours Du Bronx (Foto Oficial do Rock In Rio)

Sepultura e Tambours Du Bronx - Sepultura e os franceses do Tambour du Bronx fizeram uma apresentação toda teatral no Palco Sunset. A combinação do metal de Derrick Green, Andreas Kisser, Jean Dolabella e Paulo Jr, com os tambores industriais do grupo de mais de 17 integrantes resultou em um som diferente de tudo o que rolou pelo Rock in Rio desde sexta, com um som que caberia muito bem em qualquer trilha sonora de guerra futurística.

Além de faixas conhecidas como 'Territory', 'Roots Bloody Roots' e 'Refuse/Resist', a banda apresentou uma sequência de três faixas de seu novo disco 'Kairos', lançado em junho deste ano. Foram elas a homônima 'Kairos', 'Relentless' e Structure Violence'.

Do lado debaixo do palco, o público seguiu na crescente e bateu recorde pela terceira vez seguida no Sunset. A aglomeração em torno do show só não foi maior em razão do desencontro de cronograma que acabou colocando Glória e Sepultura pra tocarem ao mesmo tempo. As apresentações simultâneas acabaram dividindo a Cidade do Rock em duas pela primeira vez desde que teve início o Rock in Rio.


Coheed and Cambria (Foto Oficial do Rock In Rio)
Coheed and Cambria - O show do Coheed and Cambria acabou revelando muito mais do que uma simples execução de músicas desconhecidas no Rock in Rio 2011. O grupo norte-americano não empolgou e deu sequência ao clima de dispersão que dominou a pista do Palco Mundo desde o show do Glória, mas com uma importante diferença: banda norte-americana de metal não recebe vaias de público brasileiro. Pareceu uma experiência sociológica. 

O grupo de Nova York tocou músicas melódicas, com refrões cantados e pouco peso, por sinal, muito menos peso e energia do que a banda anterior, o Glória, exibiu no Palco Mundo. Até um cover de uma banda consagrada – o remédio sagrado para todos os perdidos do line up – foi executado. ‘The Trooper’, do Iron Maiden, fez o público levantar do chão e passar ao menos uma música em pé, assim como em ‘Domination Walk’, do Pantera, no show do Glória.

No fim das contas, o Coheed and Cambria fez o show mais apático de toda esta edição do Rock in Rio. Não recebeu vaias.


Motorhead (Foto Oficial do Rock In Rio)
Motorhead - Com cerca de 20 minutos de atraso, um dos menores de todo o Rock in Rio, a banda Motörhead, liderada pela lenda Lemmy Kilmister subiu ao Palco Mundo na noite deste domingo (25) .Sem firulas, Lemmy perguntou 'Vocês estão prontos para o rock and roll?' e começou os primeiros acordes de 'Iron Fist', dando início ao bom, simples e velho rock and roll em sua forma mais crua no festival que tem o gênero em seu nome. O setlist foi baseado na turnê 'The World Is Yours Tour', que passa pelo país pela segunda vez este ano. 

Eles já estiveram aqui em abril de 2011, quando apresentaram o mesmo show em quatro cidades brasileiras. Clássicos não ficaram de fora, estavam no setlist 'Ace of spades', 'Bomber' e 'Going to Brazil', uma declaração de amor ao país - "Nós os amamos caras", afirmou Lemmy. Eles são considerados uma das maiores influências para bandas de rock de todo o mundo, inclusive para o Metallica, que foi a principal atração da noite no Rock in Rio. Mesmo com um show não inédito no Brasil, finalmente uma apresentação agradou a maior parte do publico na terceira noite do Palco mundo, que ao que parece, veio apenas em busca de clássicos do rock.


Slipknot (Foto Oficial do Rock In Rio)
Slipknot - Como já se esperava, o Slipknot quase derrubou as estruturas da Cidade do Rock. A banda liderada por Corey Taylor foi espetacular sobre o palco, fazendo o público cantar alto, com as mãos levantadas, e concentrando 99% das pessoas do Rock in Rio na pista do Palco Mundo. 

Com uma superprodução que incluiu fogos, elevadores e muita, mas muita presença de palco. O grupo foi capaz de implementar a dispersão zero na Cidade do Rock, uma compenetração ainda maior do que a vista no show do Red Hot Chili Peppers, na noite de sábado. O setlist passeou por todos os álbuns do grupo. Foi o clímax do evento pra galera que quer ver clássicos a todo custo, já que foi tocada apenas uma música do disco mais recente, 'All Hope Is Gone', e o resto do setlist ficou todo por conta dos trabalhos gravados de 2004 pra trás. 'Wait and Bleed', 'Spit It Out', 'Left Behind' e 'Duality' foram os momentos de maior frenesi na pista e nas danças eletrizantes dos percussionistas. "Oh my fucking God!", dizia Corey Taylor, inconformado.

O fim do jejum de seis anos sem qualquer passagem pelo Brasil, desde 2005, ainda rendeu boas histórias para quem estava bem próximo ao palco. Os integrantes desceram diversas vezes e ficaram a centímetros dos seus fãs. Para fechar, a música escolhida foi 'Surfacing', que ganhou discursos apaixonados de Corey Taylor pelo público brasileiro: "Muito obrigado por fazer desta uma noite que nunca vamos esquecer! Valeu!"A banda deixou rolando uma trilha sonora que seguiu o final da última música e desbancou toda a impressão que suas máscaras passam. O vocalista e o baterista pé-de-chumbo, Joey Jordison, se abraçaram e foram deixando o palco lentamente, finalizando o show mais frenético e performático que o Rock in Rio 2011 registrou até o momento.


Metallica (Foto Oficial do Rock In Rio)
Metallica - O Metallica fez o show de encerramento do terceiro dia de Rock in Rio. A banda foi a headliner do dia dedicado ao metal, que contou ainda com show de Gloria, Cohee and Cambria, Motorhead e Slipknot.

Foi o show mais consistente da noite, com 100 mil camisetas pretas vibraram do começo ao fim, numa apresentação que contou com efeitos especiais visuais para aferfeiçoar visualmente o espetáculo e interação da banda com os brasileiros, falando português em diversos momentos. Hetfield lembrou que a noite no festival era especial pela presença da lenda mestre Lemmy, vocalista do Motorhead, que se apresentou antes da banda. "Vocês estao sentindo o mesmo que eu estou sentindo? Estamos juntos?", perguntou em português macarronico típico de gringos em shows, deixando claro como se sentia no show. 

A banda tocou as músicas com base na turnê World Magnetic, que não é novidade no Brasil, pois foi apresentado em turnê realizada no país em março de 2010, mas era o que o público do festival mais aguardava esta noite. Eles apresentaram músicas de seus 30 anos de carreira, incluindo os clássicos 'One', 'Master of Puppets', 'Nothing else matters' e 'Enter Sandman'. As duas últimas do show, 'Whiplash' e 'Seek and Destroy' são do primeiro disco dos caras. 

O Metallica está prestes a lançar disco novo, em parceria com a lenda do rock Lou Reed, que vai se chamar 'Lulu'.

Fã mostra os peitos no show do Sepultura