Penúltimo dia do Rock In Rio, Palco Mundi (Parte I)
"Obrigado por ficarem até o final para ver nosso show", disse o vocalista Chris Martin, logo depois do Coldplay entrar em cena, no último show de sábado (1º) no Rock in Rio. Verdade. A noite foi tortuosa até os britânicos aparecerem. Se Frejat e Skank começaram bem a programação do palco Mundo, Maná e Maroon 5 esfriaram os ânimos. Coube à trupe de Martin e seus fogos de artifício devolverem a relevância ao festival.
Confira abaixo um resumo das apresentações que rolaram no Palco Mundi... Mas você também pode conferir os destaques do palco Sunset aqui.
Frejat (Foto Oficial do Rock In Rio) |
Com um repertório repleto de hits de sua carreira solo e do Barão Vermelho, ele abriu o Palco Mundo com uma apresentação precisa, sem erros e até meio "dura", típica de quem está acostumado à pressão de cantar para 100 mil pessoas.
O músico entrou no palco às 19h com “Exagerado”, um dos grandes sucessos do Barão Vermelho. A banda, que tem uma histórica marcante no Rock in Rio (os shows deles em 1985 são considerados antológicos), ainda foi lembrada em “Por que a gente é assim?”, “Malandragem”, “Por você” (cantada em uníssono), “Bete balanço” e “Puro êxtase”.
Mas, curiosamente, foram os sucesso de sua carreira solo, do século 21, e as covers que provocaram uma maior comoção no público jovem e fã de Coldplay – grande maioria desta noite. A balada “Segredos” teve um enorme coro, assim como “Amor pra recomeçar”.
Frejat ainda arriscou um medley do soul brasileiro, cantando Tim Maia (“Não vou ficar”, “Réu confesso” e “Você”) e Os Paralamas do Sucesso (“Caleidoscópio”). Caetano Veloso (“Você não entende nada”) e Legião Urbana (“Ainda é cedo”) também foram lembrados.
O melhor momento da noite foi a participação de seu filho, o adolescente Rafael, em “Malandragem” e “Amor pra recomeçar”. O garoto não fez feio na guitarra, principalmente no solo do hit imortalizado por Cássia Eller, para orgulho do pai coruja e da família, que assistia a tudo na frente do palco.
Skank (Foto Oficial do Rock In Rio) |
A arena só cantou sucesso, aliás, fabricar baladinha é a grande especialidade do Skank, que veio até o festival afim de tocar o seu menu de 'greatest hits'. A banda abriu com 'Mil Acasos' e começou a grande concentração na pista principal da Cidade do Rock. Vieram logo 'Futebol', 'Uma Canção é Para Isso' e 'É Proibido Fumar' - cover do tremendão. As músicas mostraram a disposição da banda em fazer um grande show, contando com uma linha de metais completíssima no backline.
A ideia da perfeição na execução foi ainda reforçada quando os músicos convidaram Negra Li para cantar a parte que foi gravada por ela mesma em 'Ainda Gosto Dela', do disco 'Estandarte', de 2008. Ao lado de 'Sutilmente', a faixa subiu um pouco o nível de atualidade do show. Mas como tudo o que sai do Skank vira hit, e rápido, a grande massa do Rock in Rio também sabia cantar de ponta a ponta.
Samuel Rosa confessava estar 'arrepiado' com tamanha energia do público. O vocalista mais emblemático do pop rock nacional até aproveitou para pegar uma câmera e filmar sua visão da platéia gritando aquele velho "IeEÊ oÔ, IeEÊ oÔ!". Rosa completou que aquela era uma câmera 3D e que as imagens seriam disponibilizadas no site oficial da banda.
Em meio à euforia, o frontman puxou o dedilhado da introdução de 'Acima do Sol'. A arena cantou forte quando identificou a música que viria. O grande coro fez Samuel Rosa deixar de cantar uma boa parte da música para deixar na voz do público. Oportunista, o vocalista conseguiu disfarçar o seu microfone que estava rachando, mas o momento acabou agradando e foi profetizado pelo músico como a capa dos jornais do dia seguinte.
'Garota Nacional' veio na sequência com uma multidão descamisada e de mãos constantemente levantadas. O público todo estava pulando euforicamente, até que o show se seguiu com a baladinha 'Sutilmente', que abriu sorrisos e proporcionou um momento de casais no Rock in Rio 2011. "Aaai, eu adoro essa música!", ouvia-se de muitas meninas da platéia que devem ouvir rádio mainstream o dia inteiro.
A apresentação foi finalizada com 'Vamos Fugir', nada mais propício para colocar um ponto final no grande show de hits do Skank na noite deste sábado (01) na Cidade do Rock.
Maná (Foto Oficial do Rock In Rio) |
Maná - "Somos o Maná, da terra da tequila e dos mariachis!!", assim o vocalista do Maná apresentou seu grupo, no terceiro show desta noite no Palco Mundo. Os veteranos do pop rock apresentaram hits de suas três décadas de carreira, em uma versão reduzida da turnê do disco ‘Drama Y Luz’, que a banda começou este ano.
A expectativa por parte deles era grande, como adiantaram em entrevista à MTV em agosto deste ano: "Estar no Rock in Rio para nós, desde que começamos, é uma das coisas mais importantes e de maior prestígio no mundo... E voltar a tocar aí, para milhões de pessoas tanto no evento quanto vendo pela televisão. Estamos felizes e realmente emocionados", disse o baterista Alex González.
E pelo jeito a banda teve suas expectativas atendidas, pelo menos pela receptividade do público, que não perdeu uma chance de colocar os braços para cima durante os hits mais conhecidos, como 'Vivir Sin Aire', 'El Muelle de San Blas' e 'Corazón Espinado', esta tocada com ajuda do guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser. O hit também já foi gravado pelo guitarrista Santana no álbum Supernatural.
Outro momento peculiar foi durante a performance da música “Latinoamérica’, onde foram representadas bandeias de diversos países latinos no telão do Palco Mundo e vocal a cargo do baterista Alex Gonzáles.
No palco, a banda se mostrou coesa em uma performance ensaiada até demais e coerente com o esperado pelo grupo, que não saiu de um aparente roteiro pensado para o show, com direito a solos de guitarra e bateria dando um pouco de vida à performance com músicas muitas vezes monótona.
Animado, o vocalista terminou o show balançando as bandeiras do Brasil e do México nas mãos e usando uma camiseta da seleção brasleira de futebol.