Último dia no palco Sunset
O último dia do Rock In Rio foi marcado com atrações de peso, e o palco Sunset foi recheado de grandes nomes brasileiros. Confira abaixo um resumo das principais apresentações que rolaram por lá.
Depois do pulo...
Monomes e David Fonseca (Foto Oficial do Rock In Rio) |
Os dois nomes não tão conhecidos da cena musical brasileira não atraíram muito o público, que era grande no começo do dia na Cidade do Rock. Mesmo assim, eles fizeram uma interessante apresentação no Palco Sunset, dando uma ideia de como é a música pop rock espanhola.
As bandas apresentaram um apanhado geral dos discos de sua carreira tocando juntos e separados. Destaque para os momentos em que as bandas tocaram juntos, com dois baixos e duas baterias fazendo um som consistente no festival.
Mutantes + Tom Zé (Foto Oficial do Rock In Rio) |
Zé seguiu com 'O Rock Ronca in Rio', música que lançou no último mês especialmente para o festival. Daí pra frente o show se seguiu com mais críticas politizadas nas músicas do baiano. Vieram 'O Godô, Anos 2000' e 'Defeito 3: Politicar'."
Esses senhores aqui do Rio pensam que estou com medo", disse, antes de fazer todo mundo cantar: "Meta sua grandeza no banco da esquina, vá tomar no verbo seu filho da letra, vá tomar na virgem seu filho da cruz". Foi quando desmontou seu violão, o fez de apito e complementou seu figurino com uma saia pra tocar 'Xique Xique'.
Daí em diante o Sunset ficou ainda mais tropicalista com a entrada dos Mutantes no palco. A banda levantou o público com 'Qualquer Bobagem', cantada em parceria com Tom Zé, e na sequência registrou um dos momentos mais marcantes do palco alternativo do Rock in Rio.
Foi uma sequência emocionante que incluiu clássicos como 'Minha Menina' e 'Balada do Louco'. A agitação vinha do palco com uma performance toda exaustiva da banda e era logo correspondida pelo público que cantava forte os refrões de cada música.
Em 'Ando Meio Desligado', o líder remanescente, Sérgio Dias, chamou ao palco o filho de Rita Lee, da primeira formação do grupo. Beto Lee chegou ajoelhando-se perante o frontman do Mutantes, pegou o violão e pareceu meio perdido no palco e nas notas do clássico. "@LitaRee_real?. What a motherfucker son of a bich!", disse sua mãe pelo Twitter.
O momento revival foi reforçado pelo grito da arena que perguntava: "Cadê Arnaldo? Cadê Arnaldo?" pedindo a presença do lendário Arnaldo Baptista. Chegando já ao fim, sem a volta de Tom Zé, os Mutantes tocaram 'Panis Et Circensis', encerrando dois shows que tiveram pouca integração mas que, cada um por sí, foram muito bem apresentados e calorosamente recebidos no Palco Sunset.
Marcelo Camelo e The Growlers (Foto Oficial do Rock In Rio) |
O público, formado em boa parte por fãs de Camelo, parecia não conhecia os convidados, e se mostrou um pouco entediado enquanto a interessante banda tocava suas músicas. O público cantou todas as músicas de Marcelo Camelo em coro, mas vibrou mesmo com a pulsante performance de 'Além do que se vê', 'A Outra' e 'Morena', reavivando o espírito de Los Hermanos, que o público lamenta não estar na ativa. Depois de tocar três músicas de sua consagrada banda, toda canção dos Growlers era recebida com monotonia pelo disperso público.
Ironicamente, o coro cantando Los Hermanos lembrou a participação da à época novata banda carioca no Rock in Rio 2001, que lotou o palco alternativo daquela edição cantando o sucesso Anna Julia, que saiu apontada como atração merecadora do palco principal. Desde 2007, os Los Hermanos estão em um hiato sem data para terminar, interrompido apenas em 2010 para uma mini-turnê do grupo que contou com shows pelo Brasil, incluindo uma aclamado show na primeira edição do SWU.
Titãs e Xutos & Pontapés (Foto Oficial do Rock In Rio) |
Eles abriram o show com ‘Diversão’, música que colocou toda a galera para cantar junto desde o início. Como o Sunset teve como propósito apresentar grandes encontros da música, feitos especialmentes para o festival, eles receberam um grande nome do rock português, a banda Xutos e Pontapés.
Não muito conhecidos no Brasil, mas com um tempo de carreira e trajetória semelhante aos do Titãs, eles foram convidados por Paulo Miklos para subirem ao palco. “É um prazer e uma honra, nas últimas três décadas foi quem fez a história do rock and roll em Portugal”, disse.
Como aconteceu em quase todos os shows do palco alternativo, as bandas mesclaram suas maiores e mais consagradas músicas no setlist do show. Em um dos momentos em que a galera mais cantou, mais uma vez a entidade do rock nacional, Raul Seixas, foi lembrado no festival, com versões de 'Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás' e 'Aluga-se', dos Titãs, gravada originalmente pela banda no disco 'As Dez Mais'.
Para fechar a apresentação, Sergio Britto declarou o quanto o público foi importante em todo o festival: "O melhor show do Rock in Rio é o público do Rock in Rio", disse. Entre as demais declarações, destaque para as falas contra a corrupção que estão marcando o festival. “Eu vou falar uma verdade aqui nesse país, isso aqui é uma democracia? Sim, senhores! Porém, votar mais uma vez no cara que rouba a nossa democracia não melhora em nada!", disse Paulo Miklos, em tom exautado.